terça-feira, agosto 24, 2010

Revelação de 1831 sobre o casamento plural e os lamanitas



Revelação dada por intermédio de Joseph Smith, no Condado de Jackson, Missouri, em 17 de julho de 1831.

Em verdade, em verdade, diz o Senhor, vosso Redentor, o próprio Jesus Cristo, a luz e a vida do mundo que não podeis discernir com vossos olhos naturais, o desígnio e propósito de teu Senhor e teu Deus em trazê-los ao ermo, para uma prova de vossa fé – e para serdes testemunhas especiais para prestar testemunho desta terra, sobre a qual a Sião de Deus deverá ser construída nos últimos dias, quando for redimida.

Em verdade, uma vez que estais unidos em clamar ao meu nome para saber minha vontade acerca de quem pregará aos habitantes que deverão se reunir neste dia para aprender nova doutrina que tenhais para ensiná-los, haveis feito sabiamente – pois assim fizeram os Profetas antigos, mesmo Enoque, Abraão e outros; e, portanto, é minha vontade que meu servo Oliver Cowdery deva abrir a reunião com oração; que meu servo W. W. Phelps deva pregar o discurso; e que meus servos Joseph Coe e Ziba Peterson devam prestar testemunho como forem movidos pelo Santo Espírito. Isto será aprazível ao olhar de vosso Senhor.

Em verdade, vos digo que estais assentando a fundação de uma grande obra para a salvação de tantos quanto acreditarem e se arrependerem e obedecerem às ordenanças do Evangelho e continuarem fieis até o fim: pois assim como vivo, diz o Senhor, assim viverão.

Em verdade vos digo que a sabedoria do homem, em seu estado decaído, não conhece os propósitos e privilégios do meu santo sacerdócio, mas vós sabereis quando receberdes uma plenitude em razão da unção; pois é minha vontade que, em tempo, deveis tomar para vós esposas dentre os lamanitas e nefitas, para que sua posteridade possa tornar-se branca, deleitosa e justa, pois mesmo agora suas mulheres são mais virtuosas do que as gentias.

Cingi vossos lombos e estais preparados para a grandiosa obra do Senhor – para preparar o mundo para minha segunda vinda -, para encontrar as tribos de Israel, de acordo com as predições de todos os santos profetas desde o princípio; para a desolação final e os decretos sobre Babilônia; pois como o Evangelho Eterno é levado a partir desta terra, em amor pela paz, para reunir meus eleitos dos quatro cantos da terra, para Sião – assim deverá rebelião se seguir, rapidamente,

Em verdade vos digo que o dia de aflição e vingança está próximo às portas desta nação, quando homens iníquos, ímpios e ousados se levantarão em ira e poder e avançarão em ódio, como o pó é levado por um vento terrível; e serão o meio de destruição do governo e causarão a morte e miséria de muitas almas; mas os fieis entre meu povo serão preservados em lugares santos durantes todas estas tribulações.

Sejais pacientes, portanto, possuindo vossas almas em paz e amor [1], e mantei a fé que vos é agora entregue para a reunião da Israel dispersa, e eis que estou convosco, ainda que não possais me ver, até que eu venha: assim seja; Amém.



Relatada por William W. Phelps em carta a Brigham Young, em 12 de agosto de 1861. Collier, Fred. Unpublished Revelations, 10:4, p.58. Tradução para o português de Antônio Trevisan Teixeira.


NOTA

[1] D&C 101:38.

terça-feira, abril 25, 2006

John Taylor sobre a pré-existência

Origem e destino da mulher


John Taylor*

Os santos dos últimos dias têm sido ridicularizados muitas vezes por sua crença na pré-existência dos espíritos e por casar para o tempo e toda eternidade, sendo ambas doutrinas bíblicas. Somos freqüentemente requisitados a dar nossa visão em relação a estes princípios, mas considerando que as coisas do Reino pertencem aos filhos do Reino, não são, portanto, para dá-las àqueles que não o têm. Mas tendo sido gentilmente requisitado por uma senhora (membro da Igreja), há alguns dias, para responder as seguintes questões, não poderíamos realmente recusar, quais sejam: “De onde vim? O que faço aqui? Aonde vou? E qual meu destino depois de obedecer a verdade e perseverar até o fim?”.


Para seu benefício e de todos os interessados, vamos tentar responder brevemente as perguntas como as entendemos. A razão será evidente para nossa crença na pré-existência dos espíritos e no casamento para o tempo e toda eternidade.


Senhora, de onde vieste? Qual tua origem? O que fazes aqui? Aonde vais e qual teu destino? Diga se tens entendimento. Não sabes que és uma centelha da Deidade, saída de Seu eterno braseiro e trazida em meio do eterno fulgor?


Não sabes que nas eternidades passadas, teu espírito, puro e santo, habitava no seio do teu Pai Celestial, e em sua presença, e com tua Mãe, uma das rainhas do céu, cercada por teus espíritos irmãos e irmãs, no mundo espiritual entre os Deuses? Que à medida que teu espírito contemplava as cenas que lá transpiravam e tu crescias em inteligência, viste mundos após mundos serem organizados e povoados com teus espíritos semelhantes que tomaram sobre si tabernáculos, morreram, foram ressucitados e receberam sua exaltação nos mundos redimidos sobre os quais haviam habitado. Estando disposta e ansiosa para imitá-los, esperando e desejando obter um corpo, uma ressurreição e também uma exaltação, e tendo obtido permissão, tu fizeste um convênio com um dos teus espíritos semelhantes para ser teu anjo da guarda enquanto na mortalidade, também com outros dois espíritos, homem e mulher, de que virias e tomaria um tabernáculo pela sua linhagem e tornar-se-ia sua descendência. Também escolhestes um espírito semelhante a quem amaste no mundo espiritual (e que também teve permissão para vir a este planeta e tomar um tabernáculo) para ser teu cabeça, apoio, marido e protetor na terra e exaltar-te nos mundos eternos. Tudo isso foi arranjado, assim como os espíritos que nasceriam por meio da tua linhagem. Almejaste, vislumbraste e oraste ao teu Pai no céu para chegar o tempo em que poderias vir a esta terra, que havia saído e caído de onde fora primeiramente organizada, próxima ao planeta Colobe. Com o tempo, chegou o momento e ouviste a voz de teu Pai dizendo: “vai, filha, habitar o mundo abaixo e tomar sobre ti um tabernáculo e operar teu estado probatório com temor e tremor e te levantar para a exaltação. Mas lembra, filha, que tu vais na condição de esquecer tudo o que já viste ou soubeste acontecer no mundo espiritual: não saberá ou lembrarás de nada concernente ao que viste ocorrer aqui; mas deves ir e tornar-se um dos seres mais indefesos que criei enquanto em tua infância, sujeita à doença, à dor, às lágrimas, ao luto, ao pesar e à morte. Mas quando a verdade tocar as cordas do teu coração, elas vibrarão; então, a inteligência iluminará tua mente e derramará seu esplendor em tua alma e começarás a compreender as coisas que antes sabias mas que se haviam ido; começarás, então, a entender e conhecer o objetivo da tua criação. Filha, vai e seja fiel como tens sido em teu primeiro estado”.


Teu espírito, repleto de alegria e gratidão, regozijou-se em teu Pai e rendeu louvor a seu santo nome, e o mundo espiritual ressoou em hinos de louvor ao Pai dos espíritos. Tu te despediste de teu Pai e tua Mãe e de todos e, junto com teu anjo da guarda, vieste a este globo perigoso. Tendo os espíritos que havias escolhido para tomar um tabernáculo pela sua linhagem e teu cabeça deixado o mundo espiritual alguns anos antes, vieste um espírito puro e santo. Tens obedecido a verdade e teu anjo da guarda ministra a ti e te guarda. Escolheste aquele que amavas no mundo espiritual para ser teu companheiro.


Agora, coroas, tronos, exaltações e domínios estão em reserva para ti nos mundos eternos e o caminho está aberto para retornares à presença do Pai Celestial, se apenas obedeceres e caminhares na lei celestial, cumprires os desígnios do teu criador e resistires até o fim, quando a mortalidade é posta na tumba, poderás descer à tua sepultura em paz, surgir em glória e receber tua recompensa eterna na ressurreição dos justos, junto com teu cabeça e marido. Será-te permitido passar pelos Deuses e anjos que guardam os portões, e adiante, e acima, para tua exaltação em um mundo celestial entre os Deuses. Para ser uma sacerdotisa e rainha no trono do teu Pai Celestial e uma glória para o teu marido e a tua descendência, para conceber as almas dos homens, povoar outros mundos (como concebeste seus tabernáculos na mortalidade), enquanto eternidades vêm e vão; e, se aceitares, senhora, isto é vida eterna. E aqui é cumprido o dito do Apóstolo Paulo de que “o homem não é sem a mulher, nem é a mulher sem o homem no Senhor”. “Que o homem é o cabeça da mulher e a glória do homem é a mulher.” Portanto, tua origem, o objetivo do teu destino supremo. Se fores fiel, senhora, a taça está ao teu alcance; bebe, então, do elixir celestial e vive.

* Origin and destiny of woman, publicado originalmente no periódico The Mormon, em 29 de agosto de 1857, Nova York. Tradução de Antônio Trevisan Teixeira.